Diz a fábula que o espírito randoneiro, vive lá em Encantado. Mas quando pedalava por lá não consegui me comunicar com ele. Aquele trecho do brevet me deixou muito intrigado. Nunca pedalei por um lugar tão silencioso, tirando "a Festa de Peão", que tinha próximo a Lajeado não se escutava praticamente nada, nenhum vento, nenhum grilo, nenhum sapo... as 02 da manhã vi um peixinho, na contra-mão...
Aquele silêncio me fez meditativo, estava sozinho seguindo atrás do Faccin e o Rodrigo, e com o Rubens e o Edson na retaguarda, de repente girando quase em um tic-tac... popotizei-me... o Pexe virou Coelho e uma Tartaruga Mogens, viria com sua carapaça no final do Randonnée... Era uma fábula diferente da nossa infância: Como numa versão Mangai da fábula...
Aquele silêncio me fez meditativo, estava sozinho seguindo atrás do Faccin e o Rodrigo, e com o Rubens e o Edson na retaguarda, de repente girando quase em um tic-tac... popotizei-me... o Pexe virou Coelho e uma Tartaruga Mogens, viria com sua carapaça no final do Randonnée... Era uma fábula diferente da nossa infância: Como numa versão Mangai da fábula...
A tartaruga e o coelho foram apostar uma corrida. O coelho saiu na frente e quando estava no topo de um morro olhou para trás e viu a tartaruga lá longe, tão longe que ele resolveu deitar e dormir. Passo a passo a tartaruga passou pelo coelho adormecido e chegou em primeiro lugar. No Japão a fábula é ensinada para enfatizar a importância da persistência, paciência, continuidade.
Mas num Hare Baba Global, troquei de pinhão, fui para Índia e o sábio escutava agora esta história as margens do Ghanghis e me disse: “A tartaruga foi má. Sabe por que? Porque ela não acordou o
coelho.” São maneiras diferentes de se interpretar a mesma história. Talvez a tartaruga devesse ter
parado e verificado se o coelho estava bem antes de continuar caminhando lenta e continuamente.
Mas a história do Brasil era diferente, ao menos a que escutei na infância. A tartaruga enganava o coelho e chegava primeiro. Talvez por isso temos tantas pessoas envolvidas na corrupção. Não paramos para ajudar como na Índia, país pobre e sofredor. Nem vamos passo a passo até nossos objetivos, como no Japão, país próspero. Como seria a versão Randoneira? Lembrei-me da versão budista:
Saíram juntos o coelho e a tartaruga. Não se preocupariam em ganhar, mas em criar harmonia com sua passagem. Ofereceriam o prêmio um ao outro, pois não haveria perdedor. Um ganharia pela velocidade. Outro pela persistência.
A tartaruga veria o coelho sair rapidamente. Da poeira levantada onde nem suas patinhas poderiam ser encontradas, a tartaruga apreciando, cada passo, flor, estrada se apiedaria do amigo que na grande correria se esquecia de ver cada detalhe sagrado. O coelho por sua vez, pernas fortes e longas, se preocupava com a amiga tartaruga, de casco pesado e pernas curtas. Estaria sendo absurda essa competição?
Olhava para trás e a via caminhando, lenta e decididamente. Parava o coelho e a esperava.
Perguntava como estava. Juntos descansavam na sombra das árvores. E o melhor é que não havia gol a obter, não havia corrida a ganhar. Tudo que havia era o prazer de viver. Cada um com seu passo, seu estilo, sem competir, caminhando o Caminho, sendo o Caminho iluminado.
E nessa caminhada iam encontrando pessoas e animais, árvores e minerais, água, terra, ar, fogo, tudo que existe e sempre se prontificando a ajudar e a procurar a maneira correta de fazer com que todos percebessem a beleza de caminhar o caminho sem começo e sem fim.
No budismo ambos seriam bodisatvas, seres iluminados disfarçados a mostrar o Caminho verdadeiro a todos os seres. Essa versão me apetece e se parece sonho, fantasia, ilusão, utopia – é dessa matéria prima sagrada que a vida é celebrada.
Somos um com o mundo. O mundo é uno em nós. Quando inspiramos o mundo inspira. Além da dualidade o que resta é a unidade.A diversidade não é rival da unidade. Pelo contrário: no uno tudo está incluído. Cada parte, como um corpo de coração e pulmões, rins e fígado. Sorvi a água da caramanhola e agora a água era eu. Agora a água sou eu. Eu sou a água .
Mas a história do Brasil era diferente, ao menos a que escutei na infância. A tartaruga enganava o coelho e chegava primeiro. Talvez por isso temos tantas pessoas envolvidas na corrupção. Não paramos para ajudar como na Índia, país pobre e sofredor. Nem vamos passo a passo até nossos objetivos, como no Japão, país próspero. Como seria a versão Randoneira? Lembrei-me da versão budista:
Saíram juntos o coelho e a tartaruga. Não se preocupariam em ganhar, mas em criar harmonia com sua passagem. Ofereceriam o prêmio um ao outro, pois não haveria perdedor. Um ganharia pela velocidade. Outro pela persistência.
A tartaruga veria o coelho sair rapidamente. Da poeira levantada onde nem suas patinhas poderiam ser encontradas, a tartaruga apreciando, cada passo, flor, estrada se apiedaria do amigo que na grande correria se esquecia de ver cada detalhe sagrado. O coelho por sua vez, pernas fortes e longas, se preocupava com a amiga tartaruga, de casco pesado e pernas curtas. Estaria sendo absurda essa competição?
Olhava para trás e a via caminhando, lenta e decididamente. Parava o coelho e a esperava.
Perguntava como estava. Juntos descansavam na sombra das árvores. E o melhor é que não havia gol a obter, não havia corrida a ganhar. Tudo que havia era o prazer de viver. Cada um com seu passo, seu estilo, sem competir, caminhando o Caminho, sendo o Caminho iluminado.
E nessa caminhada iam encontrando pessoas e animais, árvores e minerais, água, terra, ar, fogo, tudo que existe e sempre se prontificando a ajudar e a procurar a maneira correta de fazer com que todos percebessem a beleza de caminhar o caminho sem começo e sem fim.
No budismo ambos seriam bodisatvas, seres iluminados disfarçados a mostrar o Caminho verdadeiro a todos os seres. Essa versão me apetece e se parece sonho, fantasia, ilusão, utopia – é dessa matéria prima sagrada que a vida é celebrada.
Somos um com o mundo. O mundo é uno em nós. Quando inspiramos o mundo inspira. Além da dualidade o que resta é a unidade.A diversidade não é rival da unidade. Pelo contrário: no uno tudo está incluído. Cada parte, como um corpo de coração e pulmões, rins e fígado. Sorvi a água da caramanhola e agora a água era eu. Agora a água sou eu. Eu sou a água .
Interconectados. Intersendo... Olhar capaz de ver com clareza luminosa como espelho de cristal. Audição de ouvir com clareza sonora como Espelho de cristal. Assim com todos os sentidos. Tudo vendo, tudo ouvindo, todos os odores sentindo, todos os sabores, na pele o frio, o calor, as texturas. Mas a mente precisa estar luminosa e aberta, pois se estiver cheia de si mesma não é capaz de se tornar flexível e sensível.
Tartaruga e coelho não se opõem. São. Intersendo.
Cada um é como é. Tem sua função e ação. Se tartaruga quiser ser coelho terá problemas dores, sofrimentos. Não aceitará a si mesma. Estará o tempo todo reclamando, se rejeitando, julgando, se rebaixando. Triste sina.
Se o coelho pensasse ser tartaruga, com uma casa nas costas a se proteger dos caçadores, seria triste seu fim.
Cada um é cada um. Tem valor e tem lugar. Nada é fixo. Não há melhor nem pior. Há o que é correto em sua função e posição.
Ser humano, estrela, cão.
Somos todos apenas você.
E você sou eu.
Lomba.
Tartaruga e coelho não se opõem. São. Intersendo.
Cada um é como é. Tem sua função e ação. Se tartaruga quiser ser coelho terá problemas dores, sofrimentos. Não aceitará a si mesma. Estará o tempo todo reclamando, se rejeitando, julgando, se rebaixando. Triste sina.
Se o coelho pensasse ser tartaruga, com uma casa nas costas a se proteger dos caçadores, seria triste seu fim.
Cada um é cada um. Tem valor e tem lugar. Nada é fixo. Não há melhor nem pior. Há o que é correto em sua função e posição.
Ser humano, estrela, cão.
Somos todos apenas você.
E você sou eu.
Lomba.
Aonde está o Hengu? Nunca chega, parei iluminei meu odômetro... mais 1km, suspirei, transcendi as subidas agradeci por tanta pedaloína em meus neurônios, por tanta felicidade, por tanta luz.
Tivera então conhecido o Espírito Randoneiro? Talvez, mas já não havia mais perguntas e segui feliz com o aprendizado até aquele PC - Ali estavam Udo e Klayton, com um sono prá lá de Randoneiro (será que adormeceram, aos sons do Encantado?).
Namaste.
Roger Ban
( Grandes amigos randoneiros, a maior parte desta história foi adaptada... fonte: http://www.paramitta. org/blog/ )
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